Time de basquete do Flamengo faz visita ao Hospital Estadual da Criança

Os jogadores do time de basquete do Flamengo viveram uma manhã diferente e especial nesta terça-feira. Em vez do tradicional treino técnico e tático no ginásio Hélio Maurício, na Gávea, Marcelinho, Marquinhos, Shilton, Laprovittola, Gegê, Jerome Meyinsse, Olivinha, Cristiano Felício, o técnico José Neto, seu assistente Rodrigo Silva e o supervisor André Guimarães visitaram o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e distribuíram alegria, carinho e solidariedade aos jovens pacientes internados com doenças graves. Aberta pelo Governo do Estado em março de 2013, a unidade deu à sede dos Jogos Olímpicos de 2016 o segundo lugar no ranking de transplante pediátrico de fígado no país.

Em pouco mais de oito meses de funcionamento, o hospital apresenta números impressionantes: 2.548 procedimentos cirúrgicos, sendo 1.483 ortopédicos; 5.407 consultas; 3.978 exames e 1.576 pequenos pacientes e seus familiares que diariamente têm suas vidas modificadas para melhor.
Tão expressivo quanto o trabalho realizado pelo diretor Jason Guida, médicos e enfermeiros do Hospital Estadual da Criança foi o gesto dos atuais campeões do NBB, que voltam à quadra no próximo sábado, contra o São José, às 17h, no ginásio do Tijuca.

– Uma visita como essa é muito especial para valorizar o trabalho do hospital e mudar o cotidiano dessas crianças, que diariamente enfrentam um tratamento pesado e doloroso. Além de estimular os funcionários. Hoje somos referência em transplantes, oncologia, que é o tratamento do câncer, e cirurgias complexas, como pediátricas gerais e ortopédicas – explicou o diretor Jason Guida.
Capitão da equipe rubro-negra, o ala Marcelinho foi um dos mais assediados pelos funcionários e pelas crianças. Com o sorriso estampado no rosto, o camisa 4 posou para as fotos, conversou com os pacientes e seus familiares e esbanjou simpatia.

– É muito bom poder trazer um pouco de alegria e conforto para essas crianças e seus familiares que estão vivendo um momento tão difícil. É muito especial o trabalho desses hospitais que trabalham com crianças. É bom ver a felicidade no rosto delas mesmo diante de uma doença grave e tão complicada de ser tratada – afirmou Marcelinho.

Divididos em pequenos grupos, os rubro-negros tentaram levar alegria e carinho ao maior número de pacientes possível. Pedro Miguel de Azevedo, de 1 ano, Valdecir Pinheiro Neto, de 16, e Rafael da Silva Conceição, de 3, todos com câncer, foram premiados e passaram preciosos minutos na companhia de José Neto, Olivinha e Shilton.

Botafoguense, mas vestido com um short do Flamengo, Valdecir tirou um sarro com o trio rubro-negro ao afirmar que ganhou a peça de presente e que só a usa para dormir. Pouco convincente, o torcedor alvinegro teve que aguentar a pilha do ala-pivô Olivinha, que acabou sendo desafiado para uma partida de playstation. O ala-pivô saiu na frente, mas Valdecir se recuperou e o empate em 1 a 1 acabou deixando todos satisfeitos e com o sorriso no rosto.

– Sabemos que é uma situação difícil, mas uma visita dessa compensa demais. Não custa nada para a gente, por isso saio daqui feliz e valorizando muito mais a vida. Considero os pais dessas crianças e os funcionários desse hospital verdadeiros heróis, pois eles demonstram um alto astral enorme para encararem um desafio tão doloroso como esse. É gratificante ver o sorriso no rosto de cada uma dessas crianças, mesmo passando por momentos tão complicados. Sei como é a dor desses familiares, pois ano passado perdi um primo de 7 anos com leucemia e toda a família acaba sofrendo junto – afirmou o pivô Shilton, um dos receptivos e mais brincalhões com as crianças.
Pai de dois filhos jovens, José Neto também não escondeu sua emoção durante a visita.

Acostumado a usar a superação para motivar seus jogadores nos treinos e nas suas preleções, o treinador rubro-negro parece ter compreendido melhor o significado de uma das palavras mais usadas no mundo esportivo.

– A gente gosta muito de usar o sentido de superação no nosso trabalho, mas quando saímos do nosso casulo e vivenciamos uma experiência como essa é que passamos a ter a exata noção do que realmente é a superação de uma pessoa. Estar aqui é o mínimo que podemos fazer para dar um pouco de alegria para essas crianças. É muito gratificante saber que somos o motivo de um sorriso sincero no rosto desses pacientes. Isso é muito mais do que um aspecto do esporte, mas sim de vida – disse o técnico rubro-negro.

Fonte: GloboEsporte.com