Em apenas oito meses, o Hospital Estadual da Criança é modelo em atendimento pediátrico no Rio de Janeiro. A aposta em um inovador estilo de gestão de saúde pública já conquistou o segundo lugar no ranking de transplantes pediátricos no país e referência em cirurgias pediátricas no estado. De março a outubro de 2013, foram realizados 2.548 procedimentos cirúrgicos, sendo 1.483 ortopédicos; 5.407 consultas; 3.978 exames e 1.576 pequenos pacientes. Esses resultados foram apresentados no primeiro encontro do Hospital, que aconteceu nesta última semana, lotando o auditório do Hospital Copa D’or, em Copacabana, com profissionais das mais variadas áreas pediátricas.
O secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, participou da abertura do evento. Na avaliação do secretário, o Hospital vem aprimorando e conquistando essa excelência devido à parceria entre o Governo do Estado com o Instituto D’Or de Gestão de Saúde Pública, organização social que administra a unidade. Segundo ele, a equipe do Hospital Estadual da Criança está comprometida e prestando um atendimento humanizado, rendendo, assim, os melhores resultados. O secretário salienta que esta parceria viabilizou uma ótima estrutura para trabalhar, e quem mais ganha com isso são os pacientes. “O paciente não se preocupa com a origem daquele profissional, se é estatutário ou não, ele quer ser bem atendido”, afirma Côrtes.
Inovação e agilidade
O chefe do Serviço de Transplante de Fígado do HEC, Lúcio Pacheco, destaca que o HEC tem realizado em média um transplante a cada 15 dias, e o modelo de atuação vem ganhando visibilidade pela ousadia. “Recentemente, realizamos um transplante de fígado, beneficiando duas pessoas, a partir de apenas um órgão”, conta. O médico salienta que “poucos hospitais no mundo realizam transplante de fígado de doador vivo para hepatite fulminante, e o Hospital da Criança oferece toda a estrutura para a realização de procedimentos complexos como esse ’”, explica o médico. Pacheco conta que um dos motivos de grande orgulho do hospital, além da excelência em cirurgias, é o atendimento ao paciente. “Conseguimos fazer tudo neste hospital público, o que normalmente é feito somente no hospital privado”.
Outro destaque no Hospital é o setor coordenado pelo Dr. Márcio Cunha, o de Ortopedia, onde são atendidas deformidades na mão, no pé, fratura de fêmur, doenças graves no quadril, mielomeningocele, doença de Blount, paralisia cerebral, doenças neuromusculares, entre outros. Até o momento, segundo Cunha, 1.483 procedimentos ortopédicos foram feitos com sucesso. O médico ainda reforçou outras particularidades do Hospital, como a agilidade na produção de próteses. “Conseguimos produzir uma prótese em até 15 dias, quando normalmente levava, no ambiente público, em torno de quatro meses”, explica.
O Chefe da Cirurgia Geral do HEC, Francisco Nicanor, salientou que os profissionais são incansáveis. “Até o momento, não houve nenhuma falta. Estamos aqui, pois gostamos do que fazemos, temos estrutura para realizar um excelente trabalho e um salário justo para executá-lo”, conta. São realizadas por mês em média: 76 cirurgias de alta complexidade, 93 de média complexidade, 438 cirurgias de baixa, e 73 oncológicas.
De Chicago para o Rio de Janeiro
O Encontro foi mais do que apresentar resultados, tratou-se também de um momento de atualização científica. Na área de ortopedia, o especialista Dr. Luciano Dias, do Children’s Hospital, de Chicago/USA, destacou as principais técnicas internacionais utilizadas na entidade, e também aproveitou para destacar a sua admiração pelo trabalho que vem sendo realizado no hospital. “Os números são fantásticos. A tecnologia utilizada é de alto padrão e os profissionais, liderados por Dr. Márcio Cunha, são tão bons, ou até melhores, quanto os dos Estados Unidos”, elogia.
No dia seguinte ao evento, o Dr. Luciano Dias esteve pela primeira vez no HEC realizando cirurgias ortopédicas, ao lado da equipe do Dr. Márcio Cunha, confirmando a impressão anterior que teve sobre o hospital. “O Centro cirúrgico é fantástico, bem equipado. É muito mais que um hospital decorado, temos profissionais de altíssima qualidade”, elogia.
Ele explica que a estrutura que encontrou atende todas as patologias na área de ortopedia, ou seja, um hospital completo. Esse é um dos motivos, segundo ele, para o HEC já ter a qualificação pela Associação Brasileira de Ortopedia para o recebimento de residentes. O especialista acredita que a unidade, com planos de receber dois residentes a partir de 2014, teria condições de ter até quatro. E pode ir mais além, na avaliação do especialista, tem possibilidade de contar com a atuação de dois felows, profissionais que já terminaram residência e querem maior especialização.
Segundo o médico, o HEC já é hoje um dos líderes em ortopedia Infantil. Além da excelência em atendimento, já identificada pelo Dr. Luciano, o médico destaca que a organização tem condições de se tornar um grande centro de ensino e pesquisa. “Falta apenas começar a catalogar todas essas experiências, publicar esses casos, para que o hospital possa ter maior visibilidade, inclusive internacional”, salienta.
*Gestão – Desde abril de 2012 a Secretaria de Estado de Saúde vem reorientando o modelo de gestão e atenção à saúde no Estado do Rio de Janeiro no intuito de melhorar a prestação dos serviços e a satisfação do usuário. A implementação dessa nova forma de administração tem como objetivos reduzir custo, melhorar a gestão e garantir um atendimento de qualidade à população. O Hospital Estadual da Criança foi viabilizado a partir de um contrato com a Rede D’Or São Luiz, que cedeu o prédio – onde antes funcionava o Hospital Rio de Janeiro – e passa a gerenciar o serviço público através da Organização Social com o Instituto D’Or de Gestão de Saúde Pública, fornecendo todos os recursos humanos e materiais necessários ao adequado funcionamento do hospital, dentro dos parâmetros e diretrizes estabelecidos pela Secretaria.
Fonte: Ascom da Secretaria de Saúde/RJ
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